08 _Quem deve ajudar
Não devemos esperar que os outros atuem ou presumir que o farão
Já deve ter ouvido falar do Efeito do Espectador. Trata-se de um fenómeno consistentemente observado no comportamento humano, segundo o qual, quando alguém precisa de ajuda, a maioria das pessoas não faz nada. Seja por:
Medo de piorar a situação.
Medo de ser responsabilizado pelo resultado.
Medo de se tornar responsável pela outra pessoa.
Medo de cometer um erro.
Medo de passar vergonha.
Falta de conhecimentos, competências e confiança para ajudar.
Esperança e/ou assunção de que outra pessoa irá ajudar.
É importante que esteja ciente desta característica da natureza humana e que, quando se aperceber que alguém está em risco, não espere que alguém faça algo. Em vez disso, assuma a responsabilidade pessoal de fazer algumas perguntas e de efetuar um ou dois telefonemas. É possível que mais ninguém se tenha apercebido do risco ou que a pessoa apenas lhe tenha comunicado a si as suas intenções e pensamentos.
Se achar que é demasiado difícil seguir estes passos, procure outra pessoa que o possa fazer. Se a pessoa não se sentir à vontade para falar consigo sobre os seus sentimentos, pergunte se há outra pessoa com quem ela se sinta à vontade para falar, e contacte-a.
Se a vida de alguém estiver em perigo, o sigilo pode e deve ser quebrado.
Lembre-se: embora seja importante esforçar-se por participar na prevenção de um suicídio, os pensamentos e ações de outra pessoa não são da sua responsabilidade nem estão sob o seu controlo. Pode simplesmente perguntar, encaminhar e fazer o seguimento, como explicado a seguir, e então terá feito o que podia.
Não fique à espera que outra pessoa faça alguma coisa.
Se ficarmos todos à espera, nada acontece, o que deixa as pessoas vulneráveis em situação de perigo.
Dê todos os pequenos passos que puder dar, ou peça a outra pessoa que intervenha.
- Trate a pessoa com afeto e compaixão.
- Não lhe diga para deixar de ser estúpida ou egoísta, ou cobarde, etc. Se a fizer sentir mal por estar a sofrer, é provável que ela se afaste ainda mais e não peça ajuda nem confie em si nem em mais ninguém no futuro. Quanto mais isolada estiver uma pessoa, maior é o seu risco.
“Fale, mesmo que a sua voz trema.”
-Dolly Everett